Pesquisar este blog

sábado, 30 de abril de 2011

FRANCIS BACON (1561-1626)

            Bacon foi para o Trinity College com doze anos e ficou três anos. Foi aí que estudou filosofia, adquirindo antipatia e hostilidade pela filosofia precedente. Não identificava nela fins práticos e achou muitos erros. Critica Aristóteles. Apesar de ter formação escolástica, essa também não lhe agradou. Ele tinha idéias de transformar a filosofia em uma coisa fértil, iluminada e a favor do bem do homem. O homem já havia sofrido demais em nome dos dogmas religiosos. Era preciso uma filosofia a favor do avanço das ciências. Bacon era um entusiasta das novas invenções, como a bússola, a arma de pólvora e a imprensa.
            Enalteceu a experiência e o método dedutivo. No entanto, lhe falta à consciência crítica do empirismo (mesmo tendo sido considerado seu precursor), que foram aos poucos conquistando os seus sucessores e discípulos. Bacon continua afirmando um mundo transcendente e cristão, considerando a filosofia como esclarecedora da essência da realidade, das formas, base e causa dos fenômenos sensíveis. É uma posição filosófica que apela para a metafísica tradicional, grega e escolástica, aristotélica e tomista, unida histórica e praticamente ao lado da nova filosofia, só que de maneira menos elaborada, acabada e consciente de si mesma. Era seu lema que se vivia melhor na vida oculta. Porém, não conseguia chegar a uma conclusão sobre se gostava mais da vida contemplativa ou da ativa; sua esperança era de ser filósofo e estadista, e dizia que o conhecimento não aplicado em ação era uma pálida vaidade acadêmica. Sua mais bela produção literária, os Ensaios (1597-1623), mostram-no ainda indeciso entre dois amores, a política e a filosofia. O único defeito do estilo de Bacon são as intermináveis metáforas aplicadas em seus textos.
            Tal como Aristóteles, Bacon dá alguns conselhos para se evitarem revoluções. Uma receita melhor para evitar as revoluções é uma distribuição eqüitativa da riqueza: “O dinheiro é como o esterco, só é bom se for espalhado”. Mas isso não significa socialismo ou, mesmo, democracia; Bacon não confia no povo, que na sua época praticamente não tinha acesso à educação. O que Bacon quer é primeiro, uma pequena burguesia de proprietários rurais; depois, uma aristocracia para a administração; e acima de todos, um rei-filósofo. Entretanto, o que interessa mais a Bacon não é esta ciência dos princípios comuns, e sim a ciência da natureza, e, portanto, o Novum organum, que deveria conter precisamente as regras para a construção da ciência da natureza. Como é sabido, Bacon reivindica, contra Aristóteles e a Escolástica, o método indutivo. Aristóteles e Tomás de Aquino afirmaram claramente este método, e até o reconheceram como único procedimento inicial do conhecimento humano; entretanto a eles interessavam muito mais as causas do que a experiência, o que transcende a experiência muito mais a metafísica do que a ciência.
Referências: http://www.consciencia.org/bacon.shtml

Nenhum comentário:

Postar um comentário